sábado, 21 de novembro de 2009

Os melhores cafés do Brasil



No último dia 13, diversos especialistas de café do mundo inteiro se reuniram em Machado, Minas Gerais, para o Cup of Excellence, um evento que está na décima é dos mais importantes no calendário cafeeiro mundial. Tais especialistas (integrado por provadores e compradores de torrefadoras e lojas de cafés) elegem anualmente, a partir de uma pré-seleção nacional (que elencou 56 amostras), os melhores cafés produzidos no Brasil. no dia 19 de janeiro, esses cafés irão ser disputados num concorridíssimo leilão mundial, que acontece pela internet.

Neste ano, encabeçou a lista das 26 amostras vencedoras o produtor Cândido Vladimir Ladeia Rosa, da Fazenda Ouro Verde, localizada no município de Piatã, na Bahia. Minas Gerais e São Paulo conquistaram o 2º e 3º lugares, respectivamente. Tal como nos vinhos, os cafés ganham notas numa escala de 100 (para características como corpo, sabor, doçura e acidez): o vencedor levou 91,08 pontos (notem o nível de detalhe) do júri internacional. Para quem se interessar, o site da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) relaciona a lista completa.

É uma pena que um evento tão importante como esse - e que foi criado no Brasil - seja tão pouco divulgado por aqui. É uma prova de alto nível (os cafés são provados no mínimo 5 vezes), com produtos de altíssima qualidade e um júri de profissionais muito tarimbados. Esses cafés costumam alcançar cifras grandiosas e os japoneses, compradores importantes e muito exigentes, brigam acirradamente por um lote desses. O recorde, em 2005, foi de R$ 14.872,90 a saca de 60 kg de um café da variedade bourbon (o que equivaleria, grosso modo, a R$ 62 por um pacote de 250 g de café), e seu produtor, que está entre os 26 finalistas esse ano, é de uma região bastante especial chamada Carmo de Minas. A nota deste café? 95,85 pontos, para fazer um Parker do café também chorar de emoção.

Sim, é verdade que essas preciosidades seguem majoritariamente para o mercado internacional, que se interessa e paga muito elas. Mas esse ano, por exemplo, foram comercializados internamente os lotes que não tiveram nota suficiente para ir a leilão, mas que já tem uma qualidade que vale a pena. Resta saber quem os comprou, como serão comercializados por aqui e se as pessoas vão se dispor a pagar por eles - quem, como eu, já teve chance de aprender um pouco mais sobre essa bebida e sua complexidade, e de provar algumas (poucas mas) boas xícaras, garante que vale a pena.

Um comentário:

Patrícia disse...

Cris, veja mais sobre o Cup e os cafés que ficam no mercado interno na próxima Espresso! Beijos, Tice