sábado, 28 de junho de 2008

Erguendo ervilhas, patinando em fôrmas


Segue outra série "photofood", garimpada na internet. Akiko Ida, japonesa, e Pierre Javelle, francês, se conheceram durante as aulas de fotografia em Paris. Renomada fotógrafa, fez dezenas de livros de cookbooks e seu trabalho já foi publicado em várias revistas internacionais. Os stills de Pierre também comparecem em várias publicações e em campanhas. Juntos, criaram Minimiam, uma série divertida de fotografias de mini seres humanos em cenas cotidianas, criadas a partir da comida. Bom, as fotos abaixo dizem mais do que 1000 palavras.







sábado, 14 de junho de 2008

Noite ardente


Lá vamos nós, de novo, nos aproveitar das coisas boas dos blogs alheios - mas amigos! O dia 12 de junho pode ser um programa legal - principalmente se for na casa da cozinheira atrevidíssima Lourdes Hernández, que mandou-nos um e-mail que começava assim:

"Você vai celebrar o dia dos namorados? Parabéns... Mas não será na minha
mesa, não. Eu escolhi mimar aqueles que amam sem ser correspondidos, os que amam
demais, os que sofrem de amores".

Totalmente mexicano! Bom, não é preciso dizer que o jantar estava ótimo e as companhias, incríveis. Assim, aproveito um de meus queridos companheiros de mesa, o Kats (citadíssimo neste blog), para ilustar com suas fotos aquilo que comemos, bebemos e dançamos naquela noite. Aliás, a primeira vez que experimentei a comida da Lourdes (a segunda e a terceira também) foi ao lado do Marcelo Katsuki e da Bia Marques (que estava conosco), num festival no restaurante Obá, do Hugo Delgado - que também nos fez companhia. E como o Kastuki nunca esquece sua super-câmera, dêem uma espiada nas imagens da noite clicadas por ele.

Algumas jóias do cardápio:

Sopa picante de frutas vermelhas
Costeletas de cordeiro... picantes
Tostaditas de tinga e de pollo pibil
peixe ao molho picante e arroz com pistache e outras delícias
para beber, lágrimas negras - o nome não poderia ser mais apropriado paraq a noite: vodca negra, tequila e limão - e a imbatível margarita de tamarindo (foto abaixo, de minha autoria), além de cervejas e tequilas.

Frases-cérebro


Istockphoto

"A azeitona é a cereja do dry martini"
Do meu amigo Marco Antônio, no blog Por um prato de comida

(Porque o que é bom deve ser copiado...)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O cheiro do vinho


Carol Costa

Este post é da minha amiga Carol Costa, que mantém o ótimo blog "sobre tudo" Guindaste. Ela tem um jeito muito bem humorado de ver o mundo, os bichos e as "esquisitices" (diria ela) do universo gastronômico. Ela adora comer, mas não aceita como alguém pode gostar de caramujos e peixe cru. Esta crônica é sobre vinhos. E já que ela nunca fez um desenho para o meu blog, mesmo depois de dez anos de amizade, provoco-a ilustrando este post com um desenho que ela me enviou para fins "comerciais".

"Vai uma taça de curral?

Giz, talco, cânfora, tabaco, verniz, telhas: tem gente que sente esses e outros cheiros ainda mais estranhos ao fungar dentro de uma taça de Chardornay ou Malbec.

“Fresco, com muita evolução, aromas de carne crua, fumaça, carvão e mato molhado”, escreve o enólogo ao avaliar um Barbaresco de R$ 332. Um Barolo Ornato Pio Cesare ganha “toques de couro antigo, madeira antiga e herbáceos; final longo frutado”. Vai ver, foi o dono de um antiquário que entornou os canecos antes de descrever a bebida. E o meu preferido: “Elegante, aroma animal, curral, apimentado e carvão com retro-olfato de lápis”. Pérai, vinho com cheiro de lápis de cor já é demais. Aposto como a vinícola fica numa reserva florestal da Faber Castells.

Ok, eu posso entender que alguém seja surpreendido por aromas bizarros ao tomar um tinto, mas o que faria uma criatura desembolsar um salário mínimo para beber um troço que cheira a churrasco? Ou que lembra uma criação de porcos? Ou ainda que cheire a material escolar?

O que mais gosto ao ler os comentários dos críticos é das licenças poéticas – suspeito que fruto de umas doses a mais no sangue. Ou mais alguém acha que é possível um pouco de uva fermentada cheirar a pão-de-ló, maçã ao forno, brioche fresco, geléia de morango, caju doce, caramelo? E o que dizer de um vinho que é descrito como “divertido”? Você bebe e começa a fazer piadinhas sobre a safra, é isso?

E eu achando que vinho tem gosto de uva com álcool. Quanta ignorância."

Ainda as santimarianas


Istockphoto

Já saiu há alguns dias no TNYT, mas para quem ainda quiser ver a repercussão das palavras santimarianas contra Adrià... Segue o link.

domingo, 8 de junho de 2008

Com gosto de história



Em História do café, Ana Luiza Martins cumpre duas promessas: a de reunir em um volume um estudo panorâmico e detalhado do café no Brasil; e a de recorrer a fontes documentais variadas sem perder de vista a crítica historiográfica. Assim, pouco espaço é destinado à origem da planta e sua penetração na Europa. O que interessa a esta historiadora é a complexidade inerente às relações entre o cultivo do café e os aspectos culturais, econômicos e sociopolíticos do Brasil, o que a leva para além de fatos datados, como a crise econômica de 1929. Perpassando os diversos períodos da expansão do café, a autora dá voz a personagens e destaca cidades que fomentaram sua cultura.

Entram na obra cafeicultores e políticos, além de atuações femininas, recuperadas em estudos recentes. Um esforço, enfim, contextualizado e crítico, sem as soluções fáceis das lendas e caricaturas que povoam as obras históricas destinadas ao grande público.

História do café - Ana Luiza Martins - Contexto - R$ 49


The history of taste é um compêndio de fôlego. Publicado nos Estados Unidos no fim de 2007, tem 370 páginas e reúne trabalhos de uma nova geração de historiadores. A alimentação vem despertando interesse em várias áreas de estudo e recentemente descolou-se da cultura, tema ao qual esteve atrelada por muito tempo. Entre os enfoques possíveis, o livro privilegia o que trata do gosto. Os dez capítulos visitam a Grécia, a China, o Islã e a Europa, da Antigüidade até a cozinha de vanguarda. O organizador da obra, Paul Freedman, comenta esta última onda: “O gosto por cozinhas diferentes implica mais no desejo de sensações novas e numa estratégia contra o tédio do que numa busca por perfeição de uma única cozinha tradicional”. A linguagem é tanto rigorosa quanto acessível: satisfaz estudiosos e curiosos.

The history of taste - Paul Freedman (org.) - University of California Press - US$ 39,95

Resenha publicada por mim na revista Menu, de maio/2008