sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Segundo lugar de Atala no 50 Best frustra brasileiros

Por Cristiana Couto
enviada especial a Lima, Peru

A premiação do 50 Melhores Restaurantes da América Latina, na noite de quarta-feira (4), terminou para os brasileiros presentes à cerimônia em alegria e decepção. Se nove estabelecimentos do Brasil foram agraciados pelo prêmio, todos os cozinheiros, sem exceção, apostavam na consagração do talento de Alex Atala, que ficou com o segundo lugar, atrás do peruano Gastón Acurio.

O chef do D.O.M., sexto na lista dos melhores do mundo pela revista Restaurant, que em 2013 criou premiações regionais, sorriu ao ser chamado ao palco. Antes, disse a todos os brasileiros, reunidos à sua volta tal qual torcida organizada, no fundo do auditório do Country Club, onde aconteceu a festa: “É uma noite feliz. É para comemorar”.


Depois da foto oficial com todos os cozinheiros premiados – entre os dez primeiros, Peru e Brasil se igualam, somando seis casas –, Atala não deu entrevistas. À Folha, porém, desabafou,  interrompendo uma longa sessão de cumprimentos e fotos no jardim: “O Brasil precisa investir mais”, disse, referindo-se, entre tantas coisas, ao fato de a premiação ter sido em Lima, e não no Brasil – que, na subdivisão do prêmio, foi singularmente destacado como uma das quatro “regiões” da América Latina. “Espero que uma derrota ensine pra gente mais do que dez vitórias”.

Na festa preparada para a vitória que não veio, pouco se falou da consagração peruana, com sete restaurantes, todos acima da 25a posição. O alvo foi a Argentina, o país mais premiado. “Estranhei a Argentina ter 15 restaurantes e nós, só nove”, disse Janaína Rueda, do Bar do Dona Onça. “Perdermos para eles é um absurdo, nossa vastidão significa diversidade. Cada estado do Brasil tem quase a riqueza do Peru”, falou Manoel Beato, sommelier do Fasano (23o lugar na lista).

Para Thomas Troisgros, do carioca Olympe, a pouca representatividade brasileira na premiação – sem cozinheiros como Mara Salles, do paulistano Tordesilhas, ou Felipe Bronze, do carioca Oro – esbarra no custo-Brasil. “Nossa colocação depende de quantos jornalistas estrangeiros nos visitam. Como o Brasil é caro, preferem o Peru, mais barato”, falou. Já Roberta Sudbrack acredita que os resultados da votação refletem a falta de união entre os cozinheiros brasileiros. “Se no ano que vem nos juntarmos como hoje, num só coração, iremos muito mais longe”.

No caso do Peru, a união fez a força. Em entrevista à Folha logo após o prêmio, Gastón Acurio nem sequer falou em primeira pessoa, abusando do coletivo. Fraternidade, união, missão e responsabilidade foram suas palavras de ordem. “Queremos que nossa história dê vida aos pratos e mostre que não somos apenas exóticos”, disse, referindo-se ao atual menu do Astrid y Gastón, que conta a história da integração entre as cozinhas italiana e peruana por meio da viagem de um italiano ao país. Para o chef, a proposta de criar novas experiências por meio da cozinha ajuda mudar a imagem que o mundo tem da América Latina. “É preciso tirar a imagem de que sempre olhamos para a Europa. Agora, queremos que o mundo olhe para a América Latina”. Quando inquirido sobre o que o prêmio significa para ele, a mensagem foi clara: “Vocês precisam de mais tempo para entender o que é ser cozinheiro no Peru. Não somos cozinheiros, mas representantes do povo”.

(Publicado em 05/09, no Folha online, diretamente de Lima, Peru)

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

AMMA lança nibs de cacau e achocolatado

Divulgação

Seis anos depois de colocar no mercado as primeiras barras de chocolate feitas com cacau brasileiro e 100% orgânico, a empresa AMMA lança este mês três novos produtos feitos com cacau de alta qualidade. São eles cacau em pó, chocolate em pó e nibs de cacau – a amêndoa do cacau descascada e vendida crua ou torrada.

Segundo Diego Badaró, cacauicultor e idealizador da marca, existe uma demanda grande pelos dois primeiros produtos. “As opções de achocolatados existentes hoje no mercado levam muito açúcar e pouco cacau, algo entre 4% e 15%”, analisa Badaró. “O nosso leva 50% de pó de cacau”, afirma ele, que possui seis fazendas de cacau na região de Itacaré, no sul da Bahia.

Já o nibs, embora consumido tradicionalmente nas plantações do sul do estado, ainda é desconhecido no restante do país. “As pessoas comem as amêndoas de cacau na roça, descascando-a com as mãos, para repor energia”, explica o cacauicultor.

Oferecido inicialmente em quantidade limitada, o nibs de cacau da AMMA tem notas frutadas e amadeiradas,  determinadas pela variedade do fruto, pelo cuidado no processo de fermentação e pelo perfil de torra, feita a baixas temperaturas.

Vendido por diversas marcas em mercados como o norte-americano, onde é consumido em shakes, iogurtes e bolos, o nibs é considerado um alimento funcional. Entre os dias 9 e 18 de agosto, o novo produto da AMMA será oferecido aos atletas ao longo dos cerca de 620 km de percurso da Ecomotion/Pro, maior corrida de aventura das Américas, que acontece no sul da Bahia. Os nibs são ricos em magnésio, o que evita dores e contraturas musculares em atletas.

De acordo com a médica ortomolecular Carla Ferner, os nibs também têm mais polifenóis do que o vinho e o chá verde. “Os polifenóis têm ação antioxidante, antiinflamatória e auxiliam na proteção cardiovascular”, explica Carla.

Os nibs serão vendidos em porções de 75g (R$ 4), 250 g (R$ 12) e 1 quilo (R$ 40). O chocolate em pó e o cacau podem ser encontrados em embalagens de 200g e 700g, com valores sugeridos entre R$ 10 e R$ 40.    

Publicado na Folha de S.Paulo em 07/08/2013

domingo, 4 de agosto de 2013

Tacacá no Tordesilhas


Nesta quinta-feira, a chef Mara Salles lança no novo Tordesilhas o happening "Tem Tacacá na Tietê". A nova casa, localizada noss Jardins e para onde a trupe se transferiu em maio, vai ter em seu alpendre uma barraca de tacacá, como as que existem nas praças e nas esquinas de Belém do Pará e Manaus. Também como acontece diaria e religiosamente nas duas capitais do Norte, a iguaria será servida a partir das 17h. Pode-se prová-lo ali mesmo ou no restaurante. 

Para quem não conhece, o tacacá é um caldo revigorante, feito com o tucupi (o suco fermentado da mandioca), jambu (erva amazônica com propriedade de amortecer a língua), camarão seco e goma de tapioca, tradicionalmente servido numa cuia. 

A iguaria, que já é servida no cardápio do Tordesilhas há  algum temo, mas poder apreciá-la à tardinha, de pé na calçada, é uma experiência e tanto. A cuia pequena custa R$ 12 e a grande, R$ 16.

Tordesilhas
Alameda Tietê, 489, Jardins, São Paulo,  011/3107-7444 

segunda-feira, 29 de abril de 2013

El Celler de Can Roca é o melhor restaurante do mundo e Alex Atala cai para 6a posição

El Celler de Can Roca é o melhor restaurante do mundo, segundo a publicação inglesa Restaurant. O anúncio foi feito nesta segunda, às 21 horas, em Londres. A casa, em Girona, na Catalunha é tocada pelos irmãos Juan, Jordi e Josep Roca, e figurava em segundo lugar no ano passado.  O restaurante D.O.M., de Alex Atala, cotado para ocupar a primeira posição este ano, caiu duas  em relação a 2012, entrando em sexto lugar.

O Mani, de Helena Rizzo e Daniel Redondo, saiu da 51o posição em 2012 e passou a figurar na lista dos 50 melhores: em 46o. Ao receber o prêmio, Juan Roca disse não saber se seu restaurante é o melhor do mundo: "Mas podem ter certeza de que continuaremos a trabalhar com autenticidade, hospitalidade e generosidade", concluiu.


Figurando no topo da lista durante três anos, o dinamarquês Noma ocupa, agora, o segundo lugar na lista. Abaixo, a relação dos dez primeiros colocados:

1º El Celler de Can Roca – Girona (Espanha)
2º Noma – Copenhague (Dinamarca)
3º Osteria Francescana – Módena (Itália)
4º Mugaritz – San Sebastián (Espanha)
5º Eleven Madison Park – Nova York (EUA)
6º D.O.M. – São Paulo (Brasil)
7º Dinner by Heston Blumenthal – Londres (Reino Unido)
8º Arzak – San Sebastián (Espanha)
9º Steirereck – Viena (Áustria)
10º Vendôme – Bergisch Gladbach (Alemanha)