segunda-feira, 26 de julho de 2010

Bolo com café

Rogério Voltan
Semana de estudos, tardes ensolaradas mas que pediam agasalho, visitas. Decidi, então, fazer um bolo, prá tomar com café. Um bom café, que virou a desculpa para que eu arregaçasse as mangas.

O café, um microlote, é da variedade bourbon amarelo, produzida na Fazenda Santa Alina, em São Sebastião da Grama (SP), a 1.200 m de altitude, o que lhe confere mais complexidade. Muito cítrico e doce, com um final elegante que lembra chocolate, foi um dos cafés premiados este ano na 7ª edição Especial Melhores Cafés de São Paulo. Parte do lote foi adquirida pela Isabela Raposeiras, do Coffe Lab, responsável por sua torra (um assunto para outra hora).

O bolo, chamado toalha felpuda, é uma receita da cozinheira e atual proprietária do Lá na Venda Heloísa Bacellar. Não sei quanto a vocês, mas as raras experiências que tive com receitas que achei em revistas não foram das melhores. Mas sempre gostei das receitas da Helô, que as forneceu dirante anos para o site Basilico, do qual fui editora - e elas sempre dão certo.

A foto é do meu amigo Rogério Voltan, que acha que o bolo pode ficar ainda mais leve - é preciso bater muito bem a primeira mistura que compõe a massa (gemas, manteiga e açúcar), e eu, toda valente, decidi batê-la na mão. Todos em casa aprovaram - tive que roubar esta fatia para a foto.

Bolo toalha felpuda

Heloísa Bacellar

Ingredientes

Bolo
200 g de manteiga
3 xícara (chá) de açúcar
5 gemas
3 xícara (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de maisena
1 colher (sopa) de fermento em pó
200 ml de leite de coco
1 xícara (chá) de leite
5 claras em neve (picos firmes)

Calda
2 xícara (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de coco ralado
1 xícara (chá) de água

Preparo

Bata a manteiga com o açúcar e as gemas até dobrar de volume. Acrescente os ingredientes secos alternando, aos poucos, com o leite de coco e o leite, misturando levemente com uma espátula até ficar homogêneo.

Junte as claras, misturando delicadamente com a espátula. Coloque numa assadeira de fundo falso de 23 cm de diâmetro por 7 cm de altura, untada e enfarinhada. Leve ao forno preaquecido a 170º C por 40 minutos.

Calda
Leve ao fogo o açúcar com o coco e a água, e ferva até obter uma calda grossa. Cubra todo o bolo, deixe esfriar e sirva.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Concurso mundial elege bartender do ano



Semana passada, a Grécia foi palco da segunda edição da Diageo World Class, concurso de coquetelaria que reuniu bartenders de 24 países (inclusive o Brasil). O vencedor foi o eslovaco Erik Lorincz (na foto), seguido pelo coreano Do Hwan Eom e pelo irlandês Max La Rocca (terceiro lugar). Bartender desde 2000, Lorincz trabalha no bar do The Connaught, hotel cinco estrelas de Londres e venceu a prova - que durou quatro dias e contou com seis desafios - com o coquetel Rising to the Sky (receita no fim deste post).

A etapa brasileira, da qual participei como juíza, aconteceu entre março e maio em São Paulo, e selecionou o paulistano Rafael Pizanti, do Bar do Copa, do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Foram três etapas, com mais de 30 profissionais do bar, de vários estados.


O concurso foi concebido pelo segmento da Diageo que cuida das bebidas premium (entre elas Tanqueray No. TEN e Cîroc), e faz parte do programa de capacitação profissional desenvolvido pela empresa. A seletiva brasileira foi uma investida de maior envergadura - no ano passado não houve competição propriamente dita, mas uma seleção a partir da avaliação do trabalho de vários bartenders (o vencedor foi Henrique Medeiros, ex-D.O.M. e, atualmente, Kinoshita).

Outros bartenders que estiveram na competição trabalham em bares famosos pelo mundo, como o Rainbow Room de Nova York (representado por Dale DeGroff), o Dukes St James’s, em Londres (com Salvatore Calabrese), e o Star Ginza, em Tóquio (com Hidetsugu Ueno).

Os desafios aconteceram pelos bares de Atenas. O candidato tinha que dominar clássicos da coquetelaria, ter velocidade e técnica no preparo de um coquetel, trabalhar texturas e sabores em drinques de criação e ter a capacidade de harmonizá-los com petiscos e afins. Uma das etapas tinha como proposta a criação de um coquetel a partir de produtos frescos encontrados no mercado - etapa que também aconteceu na seleção brasileira.

A seleção nacional deu uma boa mostra de um segmento que vem se aperfeiçoando (nas cidades de São Paulo e Rio, é bom frisar) e que merece atenção. Desde então, tenho deixado para trás as taças de espumante - para mim, a bebida mais segura, além da cerveja, num bar - e perseguido alguns destes lugares bacanas com seus bartenders criativos. Abaixo, a receita do campeão mundial e, também, uma das bebidas criadas por Pizanti na prova nacional.

Rising to the SkyErik Lorincz
Taça: Martini
Decoração: um pequeno recipiente de metal para o vapor botânico

Ingredientes


1,5 dose de gim Tanqueray TEN
1/3 de dose de suco de yuzu
3/4 de dose de suco de limão siciliano
1/2 dose de suco de abacaxi fresco
1/3 de dose Fino Dry Sherry
1/2 dose de xarope de açúcar
8 folhas de coentro

Para o vapor botânico: coentro, zimbro, casca de grapefruit macerada em água quente e gelo seco por cima.

Preparo
Coloque todos os ingredientes numa coqueteleira, coe e despeje na taça previamente resfriada.


Sweet Martini
Rafael Pizanti

50 ml de vodca Cîroc
50 ml de suco de pêra
15 ml de Limoncello
2 uvas verdes frescas
1/4 de limão siciliano
1 colher de bar de açúcar refinado
1 colher de caviar preto

Preparo
Em uma coqueteleira, coloque as uvas verdes e o açúcar e macere suavemente. Em seguida adicione a vodca Cîroc, o suco de pêra, o Limoncello e o limão siciliano. Agite com muito gelo. Sirva em taça Martini previamente gelada e coloque a colher de caviar em cima da taça. Cada gole do drinque deve ser seguido por um pouco de caviar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O caso Nespresso

Deu no Estadão de hoje:

Paula Pacheco - O Estado de S.Paulo

Quem diria que um cafezinho poderia acabar em briga na Justiça. Mas foi o que aconteceu entre duas multinacionais: a Nespresso, da Nestlé, e a Sara Lee. Tudo porque a concorrente americana, atenta ao fim do período de validade da patente de uma das tecnologias de cápsula da Nespresso, braço da multinacional suíça no mercado de café de luxo , lançou uma similar, chamada L"OR, que pode ser usada nas máquinas da Nestlé. Para resguardar os ganhos com a venda de cápsulas, a Nestlé entrou com uma ação, na Europa, contra a Sara Lee no mês passado.

Até agora, quem tinha uma cafeteira da Nespresso só podia usar as cápsulas da própria marca cujo garoto-propaganda é ninguém menos do que o ator George Clooney. E é justamente na venda exclusiva do pó de café compartimentado em cápsulas que a empresa mais ganha. No Brasil, a cápsula mais barata é vendida pela Nespresso a R$ 1,90. Na França, o produto da Sara Lee custa em média 20% menos que o da concorrente suíça.

Com o fim da exclusividade da tecnologia da cápsula, os concorrentes trataram de pegar carona para oferecer uma alternativa mais barata aos consumidores. A Sara Lee confirmou ao Estado, de Paris, que, apesar de o L"OR Espresso por ora ser vendido apenas na França, há planos de comercializá-lo no Brasil. A multinacional americana é dona no País de marcas como Pilão, Caboclo e Café do Ponto.

Além da Sara Lee, a Ethical Coffee, fundada pelo ex-presidente da Nespresso, Jean-Paul Gaillard, também se apressou em ter um genérico e foi acionada na Justiça pelos suíços. Por enquanto, a Ethical Coffee é vendida apenas nas lojas da Casino. A rede francesa de varejo é sócia do Grupo Pão de Açúcar. A empresa brasileira diz que ainda não tem planos para oferecer a novidade no mercado nacional. Gaillard pretende vender seu café na Suíça e na Alemanha.

O canal de distribuição é apontado como um dos diferenciais da Sara Lee. Os clientes do Club Nespresso podem comprar as cápsulas apenas nas lojas da rede, por internet ou por telefone. No caso da Sara Lee, o café poderá ser encontrado nas prateleiras dos supermercados.

A disputa na Justiça entre Nespresso e Sara Lee não prejudicou os negócios da dona da L"OR Espresso. Segundo a empresa, em três meses desde o lançamento do produto, 22 milhões de cápsulas foram vendidas cerca de três por segundo.

"Temos confiança de que nosso produto cumpre as normas e leis aplicáveis e o processo legal se resolverá de forma favorável", informou Ernesto Duran, porta-voz da Sara Lee.

Para a Nespresso, dona de 1.700 patentes, com datas diferentes de expiração, a chegada de concorrentes pode ter o efeito de um "jab" golpe da luta de boxe que não derruba de uma vez, mas vai minando o adversário aos poucos. A companhia continua a levantar a bandeira da qualidade superior de seu produto, mas o marketing pode não ser suficiente para garantir a liderança. Para os analistas de consultorias e de bancos internacionais, a perda de mercado será inevitável.

Enquanto a Sara Lee faz planos sobre o melhor momento de trazer a L"OR Espresso para o Brasil, a Café Fácil, dona da maior rede de vendas de máquinas de expresso do País, deve oferecer opções à cápsula da Nespresso ainda neste semestre.
Vinicius Ferrero, dono da empresa, participará em agosto de uma grande feira de alimentos na Alemanha e já leva na bagagem planos de trazer uma alternativa à cápsula da Nespresso. "Vários fabricantes europeus vinham desenvolvendo alternativas para aproveitar o fim da patente. O que não vai faltar são opções para o consumidor", diz. "Hoje em dia ninguém quer ficar preso a uma marca só. As pessoas querem ter opções", avalia.

Planos de expansão. A ofensiva da concorrência coincide com um momento ambicioso de expansão da Nespresso no Brasil. Atualmente são dez lojas no País, que vendem as cafeteiras, as cápsulas e outros acessórios o que colocou a operação brasileira entre as principais e as mais promissoras de todo o grupo. Segundo Martín Pereyra, responsável pela Nespresso no Brasil, a meta é abrir duas lojas por ano e chegar a 20 butiques até 2015. "A expansão no Brasil foi muita rápida e o País já é um dos que mais têm unidades no mundo", diz. As vendas globais do Nespresso em 2009 aumentaram 30%, para 2,63 bilhões. A Nestlé tem previsão de crescimento de dois dígitos também para 2010.

O negócio da Nespresso foi lançado pela Nestlé há 25 anos e está presente em 50 países, com 200 butiques e previsão de chegar a 230 até o fim deste ano. Em 2009, a marca representou cerca de 4% do faturamento da Nestlé, que foi de 73 bilhões.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Salvem o Belas Artes


Crêpe Suzette, do Casserole

O guia "Divirta-se" do Estadão deu, e vale reforçar: 17 restaurantes estão tentando ajudar a salvar o cine Belas Artes (na esquina da Paulista com a Consolação), que ameaça fechar. Quem for almoçar ou jantar em um dos endereços abaixo a partir desta segunda, dia 5, pode doar R$ 5 para a campanha "Salve o Belas Artes: Tudo Pode Dar Certo". A contribuição dá direito a um ingresso para ir ao cinema (de segunda a quinta-feira, em qualquer sessão) e uma sobremesa. A ação vai até 5 de setembro.
Anote aí:

Arábia (Haddock Lobo, 1.397, Cerqueira César, 11/3061-2203)
Sobremesa: Qualquer doce árabe

Arábia Café (Pça. Vilaboim, 73, Higienópolis, 11/3476-2201)
Sobremesa: Qualquer doce árabe

Amadeus (Haddock Lobo, 807, Cerqueira César, 11/3061-2859)
Sobremesa: Sfraciatelli (doce siciliano com frutas secas, mel e sorvete de creme)

Eñe (Dr. Mario Ferraz, 213,Jardim Europa, 11/3816-4333)
Sobremesa: Crema catalana

A sobremesa do eñe

Ici Bistrô (Pará, 36, Consolação, 11/3257-4064)
Sobremesa: Terrine de chocolate

Tappo Trattoria (rua da Consolação, 2.967, Cerqueira César, 11/3063-4864)
Sobremesa: Semifreddo de chocolate

Diner 210 (Pará, 210, Consolação, 11/3661-1219)
Sobremesa: Cup cake

Tordesilhas (Bela Cintra, 465, Consolação, 11/3107-7444)
Sobremesa: Pudim de tapioca com baba-de-moça

Mestiço (Fernando de Albuquerque, 277, Consolação, 11/3256-3165)
Sobremesa: Frozen iogurt com caldas variadas

Dona Onça (Ipiranga, 200, lj. 27/29, República, 11/3257-2016)
Sobremesa: Churros

Adega Santiago (Sampaio Vidal, 1.072, Jardim Paulistano, 11/3081-5211)
Sobremesa: Pudim de doce de leite

Così (Barão. de Tatuí, 302, Vila Buarque, 11/3826-5088)
Sobremesa: Tiramisù ao mascarpone artesanal

Dui (Franca, 1.590, Jardim Paulista, 11/2649-7952)
Sobremesa: Fondant de chocolate e doce de leite, farofa de café e sorvete de canela

La Casserole (Lgo. do Arouche, 346, República, 11/3331-6283)
Sobremesa: Crêpe Suzette

Martin Fierro (Aspicuelta, 683, Vila Madalena, 11/3814-6747)
Sobremesa: Alfajor de chocolate

La Frontera (Cel. José Eusébio, 105, Higienópolis, 11/3159-1197)
Sobremesa: Banana-ouro grelhada, creme de iogurte e doce de leite, farofa de biscotti e castanha-do-pará

Obá (Dr. Melo Alves, 205, Cerqueira César, 11/3086-4774)
Sobremesa: Massa crocante mexicana, sorvete de creme, melado de rapadura e canela com farofinha de milho seco