Cristiana CoutoVista do salão do D'Olivino
Recentemente vi comentários na blogosfera da dificuldade de se comer boas massas em São Paulo. Não sei se acho a coisa tão difícil assim - de qualquer forma, vou pelo caminho inverso. Outro dia, tive uma grata surpresa ao comer massas deliciosas no restaurante D'Olivino, que abriu há poucos meses nos Jardins.
A chegada foi meio conturbada - a casa não tem um lugar decente para a espera, exceto duas mesinhas no lado de fora (mas estava chovendo...). Senão, é preciso aguardar de pé, na entrada, ou em uma mesa no andar de cima, embora a brigada demore para oferecer essa possibilidade ao cliente. Mas valeu a pena. O cardápio tem acento mediterrâneo - com destaque para os azeites utilizados na preparação dos pratos. São massas, risotos, carnes, peixes e saladas que não pretendem levantar vôos criativos, que soam apetitosos e que têm bons preços - bem mais palatáveis que o dos azeites da importadora (de vinhos também), expostos no piso superior, e da qual surgiu posteriormente o restaraunte.
Mas voltemos às massas. Jantar com vários amigos te dá a chance de provar vários pratos - e foi o que eu fiz. E vieram, então, as boas surpresas. Todos eles, sem exceção, estavam muito bem executados: massas feitas na casa, de qualidade; frutos do mar no ponto certo; apresentação simples, mas muito bem cuidada, de todos os pratos. E sabores equilibrados. Nosso menu da noite:
Salada mediterrânea (folhas, tomate-cereja, mussarela de búfala, parma, manjericão e croûtons com ervas, R$ 18)
Salada creta (folhas, queijo feta, tomate cereja, azeitonas pretas, iogurte e pepino, R$ 14)
Filé de robalo e frutos do mar grelhado em azeite com risoto de cogumelos frescos (R$ 48) - no ponto
Risoto com camarões, arroz selvagem, aspargos e açafrão ao molho de ervas (R$ 46) - risoto al dente, corretíssimo
Casoncelli recheado com ricota de búfala e pecorino ao limão siciliano, molho de tomates e azeite com manjericão - com um toque cítrico na medida, perfeito (R$ 32)
Tagliatelle de tinta de lula, com camarão, polvo, lula (R$ 40) - o melhor da noite
E é essa a surpresa: um lugar que não tem chef badalado - o cozinheiro é André Castro -, que procura surpreender pela firmeza e cuidado na execução de pratos representativos da culinária da região e com ingredientes de qualidade. Para comer relaxadamente, e voltar outras vezes.
D'Olivino (rua Haddock Lobo, 1.159, Jardim Paulista, São Paulo, 11/3068.9797)
3 comentários:
Cris, agradeço as palavras que publicou elogiando meu trabalho. Todo chef deve ser antes de tudo um cozinheiro, portanto, sua referência a minha pessoa como cozinheiro só enobrece a profissão que escolhi e tento executá-la com muito amor e dedicação. Sou formado em hospitalidade e gastronomia na Suécia e trabalho faz 12 anos com alimentos e bebidas.
Atenciosamente,
André Castro
Oi, André,
obrigada pela sua biografia. concordo com você - todo chef é, antes de tudo, cozinheiro. a ideia aqui é mostrar justamente que não é preciso ser famoso para fazer um bom trabalho.
abraço e boa sorte.
Obrigado pela citação.
Ainda não fui ao D'Olivino. Espero ir em breve.
Abraços!
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