sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Melhor de São Paulo



A Folha publica hoje o guia especial "O Melhor de São Paulo". Participei, com outros convidados, da eleição para os melhores restaurantes. Antes de entrar na saga em busca do melhor, quero fazer um comentário sobre a (bela) edição. Faltou, entre as categorias, eleger o melhor português e o melhor contemporâneo - assim, por conta da ausência desse último, ficou difícil encaixar restaurantes bacanas que abriram em São Paulo no ano passado, como o Arturito (que eu incluí em outra categoria, a de peixes e frutos do mar), o Chou e o Tête à Tête (no fim desse post coloco minha votação).

Isso posto, duas categorias, em especial, precisaram de algumas saídas a campo: cozinha rápida e restaurante vegetariano - este último, longe de meus talheres há bastante tempo. Foram, portanto, dias de trabalho intenso. Como o tempo era curto e as opções, várias, resolvi fazer uma pré-seleção de três restaurantes em cada uma das duas categorias, considerando um conhecimento já de longa data de casas como o America e o Ráscal (que havia ido há pouco), vencedor por várias vezes na categoria cozinha rápida. Minhas impressões entre os semi-finalistas seguem abaixo:

Moema Natural - Por um erro de percurso, fui cair num restaurante natural - e não vegetariano, como pedia o guia (embora os guias gastronômicos prefiram a primeira categoria). Não perdi a viagem - mesmo porque, restaurantes vegetarianos em SP se contam nos dedos. Fiquei para almoçar com meu amigo Paulo Bernardes, que me cantou a dica. A casa preza pela arrumação do bufê de saladas e sobremesas, mas a comida, embora boa, ainda permanece naqueles carrinhos de inox cheios de compartimentos, o que o alinha com os self-services da vida. O espaço é amplo e com um público bacana - muitos, frequentadores assíduos de academia. Valeu a visita, mas perdi o voto.
alameda Jauaperi, 1.332, Moema, São Paulo, 11/5542.8399

Horta Café e Bistrô - foi minha primeira incursão depois de meses (tudo bem, anos) sem pisar num restaurante de comida vegetariana. Gosto de carne, que posso fazer? E foi uma decepção, que nem a simpatia do chef conseguiu minimizar. A crepe de ervas com recheio de cogumelos - escolha dele - veio recheada de shoyu, que assassinou os delicados fungos (apesar da boa textura). Tentei o pálido hambúrguer de brócolis com aveia, numa montagem esquisita - intercalado com purê de mandioquinha. A lembrança que me veio, e sem sal, foi a dos vegetarianos dos anos 80, um must entre os estudantes com pouco dinheiro e algum hábito saudável (e naquela época, já não achava aquela comida realmente boa, embora fosse uma opção infinitamente melhor do que o bandejão universitário). Tomei o refresco de guaraná, comi uma micro-sobremesa, paguei R$ 18 e risquei a opção do meu caderninho.
rua Costa de Carvalho, 159, Pinheiros, São Paulo, 11/3031.5997

No dia seguinte, resolvi partir para o Moinho de Pedra, cuja chef Tatiana Cardoso, lembrei-me então, havia conhecido há uma década, quando ela acabara de voltar de um curso para chefs em Nova York.

Moinho de Pedra - numa casa enorme no tranquilo bairro Chácara Santo Antônio fica o restaurante, aberto em 1994, que se apresenta oa público a partir da loja de produtos naturais logo na entrada - das melhores que já vi. O serviço, embora tenha cara de "bandejão", só tem cara: é ágil e bem montado. Alguns pratos, como saladas e sobremesas, ficam expostos, já prontos, num grande balcão, que é percorrido com bandeja na mão. Vários atendentes ficam do outro lado, e montam os pratos quentes com capricho. Não é só na apropriada montagem para esse tipo de sistema que se vê a mão de um chef (gente, não levei câmera para não chamar a atenção). É, acima de tudo, na seleção de ingredientes, temperos e técnicas que fazem com que esse tipo de cozinha, já restrita por definição, torne-se atraente, saborosa e moderna - o que o restaurante acima não conseguiu. Nessa linha, e sem nenhuma proteína de origem animal, o mix de grãos leva o nosso arroz negro Ruzene, orgânico, o tofu ganha graça no quibe de legumes e verduras. As saladas são vistosas e incrementadas, a massa, no ponto certo de cozimento, os sucos em boas combinações de frutas (com clorofila, se quiser) e sopas bem saborosas. E o lugar é charmoso, gostoso de ficar. Levou meu voto.
rua Francisco de Morais, 227, Chácara Santo Antônio, São Paulo, 11/5181.0581

Meus votos:

Melhor restaurante de SP - D.O.M. * Árabe - Arábia * Bom e barato - Mocotó * Comida Brasileira - Tordesilhas * Churrascaria - Fogo de Chão * Cozinha rápida - Prêt a Manger (Prêt Café) * Francês – La Casserole * Feijoada - Rubaiyat * Italiano - Fasano * Japonês - Kinoshita * Peixes e frutos do mar - Arturito * Pizza - Bráz * Vegetariano - Moinho de Pedra * Madrugada adentro – Sujinho * Para ver e ser visto - Spot * Melhor hambúrguer - Ritz

4 comentários:

Constance Escobar disse...

Quando me deparo com essas listas, vejo que o que me falta conhecer em Sampa ainda é muito mais do que o que já conheço... Lado bom da estória: motivos de sobra pra voltar sempre!

Unknown disse...

sem duvida!

Diogo disse...

praticamente irretocáveis teus votos, cris. a minha lista seria irmã gêmea da tua :-)

bjo

Unknown disse...

Diogo, Diogo,
Comentaste isso comigo hoje, heim? Boa sintonia!

beijo