quinta-feira, 16 de setembro de 2010


Semana passada, uma degustação na ABS-SP teve como tema vinhos de uma nova importadora de São Paulo, a Viníssimo. Ao todo, eles comercializam 60 rótulos, sob a consultoria de Arthur Azevedo, diretor-executivo da ABS. Foram apresentados oito vinhos, de várias regiões. Gostei especialmente de um Gewurztraminer, Cuvée Réserve, do produtor Domaine Martin Schaetzel. Biodinâmico, é elaborado com muito cuidado, tem um aroma delicado de flores e frutas, e uma pontinha de açúcar, sabor marcante e muito elegante. Um belo vinho (R$ 217,80).

Vale também provar um espanhol da região de Jumilla, mais em conta. A vinícola, Bodegas Hacienda del Carche, produz apenas 3 vinhos, sendo que o de entrada é este Tavs Selección 2008 (R$ 70). É um corte das uvas Monastell (a francesa mourvèdre), Cabernet Sauvignon e Syrah, macio na boca e com um aroma que lembra Jerez.

Os outros vinhos eram igualmente interessantes - embora mais caros:

Dog Point Sauvignon Blanc 2009 (R$ 149,60)- Da neozelandesa Dog Point Vineyard. Vinícola respeitada, que ainda não tinha seus vinhos no Brasil. A Nova Zelândia é famosa por brancos feitos com a Sauvignon Blanc, frescos e frutados (é fácil perceber os aromas de maracujá, bem característico, por exemplo). Marlborough, onde este exemplar é feito, é a melhor região para esta uva. As harmonizações indicadas pelos especialistas: comida japonesa, moquecas, pratos com curry, queijo de cabra, ostras, salada com molhos cítricos...

Daisy Rock Pinot Noir 2008 - também da Nova Zelândia, e da mesma região (Marlborough), sa Maven Wines. Um bom exemplar da Pinot Noir, a uva tinta da Borgonha, no Novo Mundo. Fresco e frutado - segundo os experts, com muita tipicidade (R$ 158).

Lo Schiavone 2005 - Corte de Sangiovese (55%) e Malbec (45%), da vinícola toscana Castello Sonnino (R$ 335,40). Dizem que os vinhos da Sangiovese, de pouca idade, não costumam primar pela maciez de seus taninos. Este surpreendeu quem participou da degustação: ujm vinho estruturado e com boa acidez, mas que se mostrou macio na boca - o que se deve, talvez, à participação da Malbec.

António Saramago Reserva 2005 - Enólogo reconhecido em Portugal (e que anda a preparar um vinho na vinícola brasileira Villagio Grando), António Saramago é um especialista na Castelão, a casta mais plantada no país e uva do famoso tinto Periquita. Produzido na região de Palmela, na Península de Setúbal, próxima a Lisboa, é um vinho de corpo médio, boa fruta, um bom acompanhante para o clássico arroz de Braga. Custa R$ 201.

Por fim, foram apresentados dois tintos franceses: Mas del Rey 2006 (R$ 301,30), do produtor biodinâmico Jacques Montagné, na região de Languedoc-Roussillon, com 91 pontos de Robert Parker; e o Château Bellevue de Tayac 2005 (R$ 396,50), de Jean Luc Thunevin, com 90 pontos Parker.

Para quem não conhece, vale a pena participar das degustações que acontecem às quartas-feiras à noite na sede da ABS-SP. Esta, por exemplo, custou R$ 30 para quem é sócio - uma pechincha para provar vinhos de qualidade e preços altos.

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